“Existe um vínculo direto entre os
conflitos na Síria e em outros lugares
e o aumento das mortes no mar
Mediterrâneo. Temos que entender o
que leva as pessoas a tomar esses
passos assustadores e arriscar a vida
de crianças em embarcações lotadas e
inseguras: é o desejo avassalador de
encontrar refúgio”, disseram o chefe
da agência para os refugiados da ONU
(ACNUR), António Guterres, e a atriz
e enviada especial, Angelina Jolie,
nessa segunda-feira (15).
Através de um comunicado conjunto à
imprensa, ambos convocaram os países
europeus a agirem para aliviar as
condições severas e muitas vezes
mortais, que os migrantes encontram
durante a travessia entre a África e
a Europa. Em Valletta, capital de
Malta, os representantes do ACNUR
se encontraram com sobreviventes de
várias embarcações que naufragaram
perto da costa maltense e que
clamaram a vida de vários de seus
familiares.No fim de semana passada,
outras vítimas morreram durante o
naufrágio de barcos nas costas
egípcia e líbia.
No total, em 2014, mais de 2.500
pessoas se afogaram ou estão
desaparecidas, sendo que 2.200 desde
o começo de junho. Cerca de 130 mil
chegaram às costas da Europa neste
ano, mais do que o dobro dos 60 mil
registrados em 2013. Só a Itália
recebeu 118 mil pessoas, a maioria
resgatada no mar.
Guterres enfatizou que a resposta
europeia precisa ter como base um
esforço coletivo verdadeiro, que
ofereça maneiras de proteção ao
mesmo tempo em que fortaleça a
capacidade de resgatar essas
pessoas. Para isso, o ACNUR pede
alternativas legais e de salvaguarda
para aqueles que estão fugindo do
conflito e da perseguição, de forma
que eles deixem de arriscar a vida na
travessia pelo mar. Essas alternativas
podem incluir reassentamento,
admissão baseada em necessidades
humanitárias, esquemas de patrocínio
da iniciativa privada, reunificação
familiar e vistos de estudantes e
emprego.
Fonte: onu.org.br
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