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| quarta-feira, 3 de setembro de 2014

RAD STUDIO XE7 PERMITE CRIAR APLICAÇÕES PARA DIFERENTES DISPOSITIVOS COM UM SÓ CÓDIGO

A Embarcadero lançou, nesta última terça-
feira, a nova versão de seu RAD Studio, a
XE7. Dedicada a desenvolvedores de
aplicações Delphi/Object Pascal e C++, a
edição da IDE traz como diferencial a
capacidade de criar programas para
múltiplas plataformas baseados em um só
código, como explicou a INFO Fernando
Rizzato, Lead Software Consultant da
empresa na América Latina.
Para isso, a solução usa diferentes
compiladores nativos, voltados para
arquiteturas (ARM, x86 e x64) e
plataformas (Android, iOS, Windows e Mac)
distintas. Conforme contou Rizzato, o
resultado são aplicativos com interfaces
adaptadas para os respectivos aparelhos,
baseados em um mesmo código-fonte e
compatíveis com cada um dos sistemas –
mais ou menos como faz a Microsoft com o
Visual Studio e a Apple com o XCode, mas
limitados aos próprios SOs.
A ideia da empresa com isso é,
basicamente, acabar com a necessidade de
duas equipes de desenvolvimento
especializadas em ferramentas distintas –
como o XCode, da Apple, e o Java, para o
Android. Além disso, a solução quer fazer
desenvolvedores “fugirem” do HTML5 e do
JavaScript para a criação de aplicações
multiplataforma, consideradas por Rizzato
menos eficientes, seguras e integradas ao
hardware do que as de código nativo – ponto
que, segundo ele, fez o Facebook desistir
de aplicativos do tipo, por exemplo.
Junto com José Eugênio Braga, presidente
da Embarcadero na América Latina, o
executivo da empresa conversou
rapidamente com INFO para falar de
algumas das novidades do novo RAD Studio
XE7 e explicar um pouco do funcionamento
da solução. Confira a entrevista a seguir –
e se tiver interesse, baixe a versão demo,
que traz o Delphi XE7 por aqui .
Primeiro, quais as principais diferenças da
versão XE7 para as anteriores do RAD
Studio?
Fernando Rizzato: O grande diferencial é
que agora, em um só produto, você pode
criar uma aplicação para vários sistemas
com um só código. Nós compilamos de forma
nativa para cada uma das plataformas,
gerando uma compilação nativa para
processador ARM, tanto no Android quanto
no IOS, ou para Intel de 32 ou 64-bits, em
Mac ou Windows.
O produto também suporta Bluetooth de
uma maneira extremamente simples,
aproveitando essa visão de conectividade
relacionada à internet das coisas.
Arrastando e soltando componentes, é
possível fazer uma aplicação falar com
qualquer dispositivo Bluetooth– um medidor
de batimentos cardíacos, smartwatches e
até um Google Glass. Sensores de presença
também entram nessa linha, mesmo aqueles
de tecnologia mais específica da Apple, os
iBeacons.
Se você está em uma exposição e usando um app do museu no smartphone, basta se  aproximar de um determinado objeto para receber informações de um aparelho próximo ao quadro ou escultura, por exemplo. Ou caso esteja em um shopping, andando, você pode receber um alerta de promoção da loja que está na sua frente. Suportamos esse tipo de função no produto, e com o desenvolvimento ainda 100% visual.
Como vocês conseguem tornar essa
compilação para múltiplas plataformas
possível? E há planos de incluir o Windows
Phone e outros sistemas nessa lista?
Fernando Rizzato: Temos um compilador
para cada uma das plataformas
suportadas. Um funciona para Intel, x86,
enquanto outro é dedicado aos dispositivos
com chip ARM. E ainda abriremos novos
horizontes, porque outros concorrentes
estão por vir. Não acreditamos que o
mercado vá ficar polarizado, já que ele é
muito grande para apenas dois ou três
jogadores [como é o caso do mercado de
smartphones]. Outros nomes devem surgir –
temos a iniciativa do pessoal do Ubuntu,
que tem ganhado apoio, só para citar um
exemplo. Quanto ao WP, ainda não
suportamos, mas é algo que ainda está no
cronograma do produto.
Essa estratégia envolvendo múltiplas
plataformas foi consolidada no RAD Studio
XE6, mas quando exatamente a
Embarcadero começou a olhar para os
dispositivos móveis?
Fernando Rizzato: Falando um pouco do
histórico, a versão XE4 – hoje lançamos
duas edições por ano – foi nossa primeira a
suportar smartphones e tablets rodando
iOS. O XE5 agregou a compilação para
Android, enquanto o XE6 e agora o XE7
trouxeram outros frameworks, como esses
para conectividade Bluetooth, Wi-Fi e
Tethering. Hoje, consigo fazer tethering
entre aplicações mesmo de desktop para
mobile e vice-versa. Ou seja, assim como
posso parear dois dispositivos e trocar
música, posso parear uma aplicação desktop
em Delphi – mesmo as desenvolvidas em VCL,
o framework Windows – e enviar ações e
dados para um aplicativo mobile, em um
smartphone conectado ao computador por
Bluetooth ou Wi-Fi.
São frameworks que estão sendo agregados
para aumentar essa integração entre os
dois lados.
As pessoas ainda falam muito
de migração para mobile, mas não vemos
como uma migração. Estamos estendendo
aplicações para o mobile. Há certas
características e programas que vão
continuar nos desktops – eles precisam de
um processamento, de um banco de dados,
de um “input” rápido de comandos por
teclado. Mas ao mesmo estendemos o
suporte dessas aplicações para os
dispositivos móveis, e tentamos integrar
esses dois “mundos” com nosso produto.
E qual a participação do RAD Studio hoje
no mercado?
José Eugênio: Na verdade, não temos
nenhuma pesquisa feita sobre isso. Mas o
mercado de C++ é grande, atualmente, e
algo que temos visto acontecer com o
Delphi é um aumento muito grande na
procura vinda de universidades. A partir
do momento que conseguimos torná-lo uma
linguagem cujo código-fonte serve em
diferentes aplicações, o mercado acadêmico
o procurou para ensinar a alunos com
desenvolver para múltiplas plataformas.

Fernando Rizzato: Exatamente. A partir
das versões XE, quando começamos a
suportar as plataformas móveis, evoluímos
ano a ano, com nossa base de usuários e
número de licenças obtidas aumentando
mundialmente. E com base em pesquisas, a
comunidade de desenvolvedores C e C++ é
a maior [ou ao menos uma das maiores].

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