O Consumo de vídeo em streaming encosta na TV tradicional, diz Ericsson

| segunda-feira, 15 de setembro de 2014
A mais recente edição anual do estudo TV & Media – produzido pelo ConsumerLab, área da Ericsson qu estuda o comportamento do usuário –, revela que o streaming de vídeo está
encostando na TV tradicional: 75% dos
usuários assistem a conteúdo online
programado por eles, várias vezes por
semana, em comparação aos 77% que
assistem a programas de televisão com
grade fixa no mesmo período.

O estudo, agora em seu quinto ano,
também mostra que um em cada cinco
usuários (19%) está disposto a pagar
pela possibilidade de acessar seu
conteúdo preferido de qualquer
dispositivo – um aumento de 25% em
apenas dois anos. No Brasil, 48% dos
entrevistados pagariam por um serviço de
TV personalizado, que recomenda canais e
serviços baseados nos hábitos de consumo
pessoais.

Os resultados, consolidados a partir de
entrevistas com mais de 23 mil pessoas
em 23 países, entre eles Brasil, México e
Chile, mostra que a mudança no
comportamento do usuário continua a
motivar inovações nas indústrias de TV e
mídia, distanciando-se de formatos e
modelos de negócio antigos, além de levar
a uma era de entretenimento de alta
qualidade on-demand.

O aumento do tempo gasto assistindo a
um conteúdo em smartphones e tablets
pode ser visto com base nos dados locais:
os entrevistados brasileiros assistem
1h46 a mais de conteúdo em vídeo em
smartphones do que assistiam em 2012.
No Brasil, 40% dos entrevistados
assistem diariamente, em seus
smartphones, vídeos produzidos por
outros usuários – dado que marca a
tendência da busca do usuário por criar o
próprio conteúdo.

Tudo de uma vez O uso de gravador de vídeo digital (DVR) tem ajudado a continuar a tendência de binge viewing, termo que em inglês designa o comportamento viciante de
assistir a séries de uma vez só. Essa
tendência começou com os boxes de
seriados de televisão e filmes e tem se
acentuado com o fato de que muitos
espectadores migraram para assinaturas
de serviços de vídeo on-demand (S-
VOD), como Netflix e Hulu.

48% dos usuários afirmaram que
gostariam de assistir sequencialmente
episódios de seriados, como “Breaking
Bad” e “House of Cards”, lançados
juntos e em um formato que permite
escolher quando assisti-los ao invés de
esperar um novo episódio ser lançado
toda semana.

“Nossa pesquisa mostra que 56% das
pessoas que pagam por serviços de vídeo
on-demand preferem que todos os
episódios de uma série de TV estejam
disponíveis de uma vez. Isso mostra o
impacto que tais serviços têm no
comportamento e exigências dos consumidores”, diz Júlia Casagrande,
especialista do ConsumerLab da Ericsson
no Brasil.

Audiência exigente “Existem maneiras diferentes de binge watch: alguns espectadores não descobrem uma série até o meio da temporada, então eles assistirão vários
episódios, um atrás do outro, para alcançar a programação da TV antes do fim da temporada. Outros preferem assistir a uma temporada inteira no seu próprio ritmo, o que significa que eles devem esperar até que a temporada completa esteja disponível”, afirma. Ainda que 41% dos usuários tenham
expressado o desejo de poder assistir aos
seus programas favoritos em qualquer
lugar, o custo do tráfego de dados e o
custo do conteúdo são barreiras. A
pesquisa também descobriu que muitos
não estão preparados para comprometer
a qualidade de visualização, com 43%
afirmando que Ultra High Definition
(UHD) é importante para eles. No Brasil,
68% dos usuários busca uma melhor
qualidade de vídeo.

“Os resultados do estudo são claros:
empresas de mídia precisam repensar
como criar e lançar conteúdo. Hoje, o
foco dos serviços de TV está em entregar
a maior qualidade possível para os
espectadores, sem importar em qual
dispositivo assistem. O panorama está
mudando rapidamente e modelos de
negócio e de entrega terão que
acompanhar o ritmo das mudanças se
quiserem continuar atingindo as
expectativas dos clientes”, acrescenta a
especialista.

O relatório TV & Media 2014 é baseado
em 23 mil entrevistas online com usuários
de banda larga no Brasil, Canadá, Chile,
China, França, Alemanha, Grécia,
Indonésia, Irlanda, Itália, Malásia,
México, Portugal, Rússia, Singapura,
Espanha, Coréia do Sul, Suécia, Taiwan,
Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino
Unido e Estados Unidos. Quase todos os
entrevistados usam a internet
diariamente e os resultados do estudo
representam as opiniões de mais de 620
milhões de pessoas. Esses dados foram complementados com 22 entrevistas em profundidade com usuários em São Francisco, Londres e Estocolmo, bem como 11 entrevistas com profissionais da indústria de mídia.

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