Super.abril
O evento da Apple, que acaba de terminar
nos EUA, teve o previsível e o inesperado.
O previsível foi o anúncio do iPhone 6 , cujo
destaque é a tela bem maior: 4,7
polegadas. Pode não parecer, mas é uma
diferença bem grande em relação ao iPhone
5S – e coloca o celular da Apple em pé de
igualdade, no quesito tamanho, com os bons
celulares Android. O inesperado foi o
anúncio do iPhone 6 Plus, com uma enorme
tela de 5,5″. É um celular tão grandalhão
quanto o Galaxy Note 2, da Samsung. Não
é fácil de segurar com uma mão, nem cabe
em qualquer bolso. Os smartphones
gigantes são desajeitados, mas fazem o
maior sucesso: o Galaxy Note já vendeu
mais de 50 milhões de unidades. Agora, a
Apple tem um. Com isso, abandona de vez o
dogma criado por Steve Jobs – que
ridicularizava os celulares de tela grande.
Todos os novos iPhones são mais finos que
os atuais, mas a diferença é muito
pequena – cerca de meio milímetro. A
câmera se manteve em 8 megapixels, mas
ganhou um novo sensor (e, no caso do
iPhone 6 Plus, estabilizador óptico). Uma
novidade interessante é o recurso câmera
lenta, que permite gravar vídeo a até 240
quadros por segundo. O processador é o
novo A8, que segundo a Apple é 20% mais
rápido do que o A7. Vai ajudar a
“empurrar” seu sistema operacional, o iOS
8. Aliás, o iOS 8 será liberado no dia 17/
setembro para quem tem iPhone 4S, iPad 2
ou superiores. Mas, como muita gente
aprendeu a contragosto na transição para
o iOS 7, vale a pena esperar um pouco
antes de baixar (até se certificar de que
o sistema não vai deixar seu
aparelho lento).
No quesito bateria, a Apple promete
desempenho igual ou ligeiramente melhor
que o dos iPhones atuais, o que não
significa muita coisa (a excecão é o 6 Plus,
que promete 20% a mais de autonomia
porque é maior, e por isso comporta uma
bateria maior). Bateria vai continuar sendo
um problema para a maioria das pessoas –
principalmente depois que o celular já tem
1 ou 2 anos de uso, e ela começa a perder
força.
Os preços são os mesmos de hoje, ou seja,
começam em US$ 199 para o iPhone 6 (nos
EUA e com contrato de operadora) e US$
299 para o 6 Plus (idem). No Brasil… pode
apostar que continuarão altíssimos. Mas
uma mudança pode interessar aos
consumidores menos abastados: o iPhone 5S
continuará sendo produzido e passará a ser
a opção econômica da Apple, ou seja,
pode chegar aqui na faixa de R$ 1.000,
atualmente ocupada pelo 4S – e por uma
porção de excelentes celulares Android. Os
novos iPhones serão lançados no dia 19 de
setembro nos EUA – e em mais 115 países,
o que muito provavelmente inclui o Brasil,
até o final do ano.
O vidro dos novos iPhones nao é de safira,
algo esperado desde que a Apple comprou
uma fábrica desse material nos EUA. A
empresa diz apenas que o vidro é
“reforçado por íons”, seja lá o que isso
signifique. O vidro de safira, como o usado
em relógios mais caros, seria um avanço
considerável – porque criaria iPhones
essencialmente inquebráveis. Mas
a empresa usou a safira em seu outro
produto: o Apple Watch. Sim, ele apareceu.
Todo mundo esperava que a Apple fosse
lançar um relógio – mas poucos
apostariam que fosse ser quadrado (um
mostrador redondo, como o do Moto 360,
parecia mais provável).
Apesar do formato convencional, ele traz
novidades interessantes para os
smartwatches. Sua coroa (pino lateral)
funciona como botão Home e para dar zoom
na tela. Que sente, além do toque, também
a pressão dos dedos (apertar com mais
força, gesto que a Apple batizou de Force
Touch, aciona funções como trocar o
mostrador do relógio). Também tem um
sensor que mede os seus movimentos e
batimentos cardíacos. A Apple mostrou
alguns aplicativos, que avisam sobre
horários de voo, dizem se o trem está
vindo, mostram onde seu carro está. Mais
ou menos como os relógios com Android
Wear.
Como no caso dos iPhones, o Apple Watch
tem dois tamanhos – um mais discreto e
outro maiorzinho, ambos com
diversas opções de acabamento e pulseira.
E aí está a chave de tudo. Porque, mais do
que um sistema operacional bacana e
recursos interessantes, a Apple levou em
conta o que as pessoas mais buscam num
relógio: a estética. Relógios são acessórios
de moda, e ninguém quer usar um idêntico
ao de outra pessoa (coisa que pode
acontecer com o Moto 360 ou com os
relógios da LG e da Samsung, que
oferecem bem menos opções de
personalização). Além disso, o Apple Watch
vai custar US$ 349 e seu uso exigirá um
iPhone (5 ou posterior). É uma combinação
que vai custar caro, em especial no Brasil.
Por isso, tende a ser símbolo de status – e
por isso vai ser desejada, como o iPhone já
foi. E, por isso, tende a vender
bem. Quando o relógio for lançado, no
começo do ano que vem, saberemos.
0 comentários:
Postar um comentário